Certo estava Schopenhauer ao dizer em um de seus escritos "quanto menos instruído um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência", pois de fato, quanto mais o desejo pela verdade absoluta é instigado, mais a obscuridade é oferecida àquele que procura a clareza. Se o todo não é compreendido, o questionamento e a argumentação são nulos, e a passividade é o único desfecho.
O Fato é que as verdades absolutas se adequam ao contexto histórico em que estão situadas. É possível classificá-las em dois grandes grupos; um anterior ao início das grandes navegações e outro posterior a estas, o qual é presenciado atualmente. No primeiro grupo, as fontes de conhecimento seguras, são as provenientes das divindades, de algo superior ao ser que reflete; já no segundo naipe, as reflexões lógicas são frutos das descobertas e análises do próprio indivíduo.
Tal classificação é possível pois foram justamente nas grandes navegações que o homem sentiu-se totalmente independente e responsável por seus atos, o que conferiu a alforria da conformação imposta pela medievalidade, e o surgimento de uma nova era ideológica, a do capitalismo. Dentro do capitalismo, as verdades e o entendimento advém da circulação de informações, e nunca uma mesma teoria é vista de uma única maneira, pois a liberdade de expressão faz com que esta seja questionada. Entretanto, a maior das verdades dentro desse sistema ideológico, é que o entendimento do mundo a volta é quem insere o indivíduo ativamente na sociedade, e tal entendimento é obtido quando se tem capital. Ou seja, o conhecimento tornou-se algo financiável.
Foi a partir deste financiamento do conhecimento que o homem passou a buscar o sucesso material e idolatrar um novo deus, o Dinheiro. Para ter acesso a tal deus, passou a pautar-se pelo pensamento maquiavélico de que "os fins justificam os meios". Logo, tornou-se suscetível a manipulação dessa nova religião. A nova ideologia imposta por esta, passou a pressionar o humano de tal maneira que o tornou uma bomba atômica, que emite radiações leves como o estresse, desde a radiações intensas como o suicídio.
A busca incessante pela luz, transformou-se em individualismo, introspecção, e o homem que tanto buscou a independência ideológica, viu novamente como única saída o apego a um ser maior. O Saber excessivo tornou-se esquizofrenia e a hegemonia político- sócio - econômica fraqueza.